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Risco de deflação na China aumenta e pressiona consumo

MERCADO DE CRUDE EM ALERTA

Enquanto uns países, como Angola, tentam a todo o custo travar a inflação, a China tenta a todo o custo revertar uma onda de descida dos preços.

A inflação core na China, que exclui alimentos e energia, abrandou em termos homólogos para 0,3%, o nível mais baixo em três anos, alimentando receios de que a fraca procura ponha em causa o crescimento de 5% previsto este ano pela segunda maior economia do mundo.

Já o índice de preços ao consumidor mais amplo aumentou 0,6%, impulsionado por custos alimentares mais elevados devido ao mau tempo. Este aumento dos preços dos alimentos compara com os preços em deflação verificados nos produtos manufacturados como veículos (preços caíram 5,5%), telefones e outros equipamentos de telecomunicações (caíram 2,1%).

Estes números reflectem a fraca procura interna dos consumidores chineses, o que, segundo especialistas, pode alimentar uma espiral descendente de preços e salários naquele país, que está a enfrentar a mais longa série de quedas de preços desde 1999, o que exigirá uma resposta mais radical em termos de políticas.

O fraco consumo e investimento conduziram a intensas "guerras" de preços em sectores como os veículos eléctricos e a energia solar, situação que deverá condicionar o objectivo de crescimento da economia em 5% para este ano, uma vez que os consumidores adiam as compras e as empresas reduzem os salários. Aliás, os EUA e a Europa têm alertado que a China tem actualmente excesso de capacidade de produção de veículos eléctricos e de painéis solares e, ante a iminência de restrições do Ocidente às exportações chinesas, o gigante asiático colocou em cima da agenda da cimeira China-África que decorreu a semana passada encontrar compradores (financiando-os) para este tipo de mercadorias.

A China é o principal parceiro comercial de Angola, sendo que é para lá que Angola vende 52% do seu petróleo. O gigante asiático é também o principal mercado de origem dos produtos importados por Angola. E se a deflação poderá favorecer a importação de produtos chineses, por outro lado uma retracção da economia chinesa terá como principal efeito a redução da procura por recursos, o que afectará a venda de petróleo àquele País. E terá também efeitos sobre os preços, já que as refinarias chinesas são hoje dos principais compradores de petróleo em todo o mundo.

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