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Opinião

Pressupostos para o crescimento e desenvolvimento económico em Angola

CONVIDADOS

O crescimento de qualquer economia deve estar aliado ao aumento da produção de bens e serviços, elevando a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), encontrando as políticas viáveis para a sua estabilidade, ou seja, aumento do PIB real per capita.

A economia está entre as ciências mais importantes da actividade financeira de qualquer nação, compreende em procurar satisfazer as necessidades das pessoas, dados os escassos recursos disponíveis. É de todo importante que os recursos disponíveis sirvam para o presente e futuras gerações, sendo essencial que a economia de país cresça na melhor proporção.

O crescimento de qualquer economia deve estar aliado ao aumento da produção de bens e serviços, elevando a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), encontrando as políticas viáveis para a sua estabilidade, ou seja, aumento do PIB real per capita.

Entre os factores associados ao crescimento económico, destacam-se a tecnologia, capital humano, inovação, organização e incentivo, este último base para fazer funcionar qualquer economia com taxas de crescimentos aceitáveis, carece de maior incentivo por parte de quem define as políticas do sector. O crescimento económico é solido quando a renda per capita é reflectida na estrutura funcional da economia, e o parâmetro usado é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH foi concebido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para medir o bem-estar das sociedades e a qualidade de vida das populações. É estimado para mais de 179 países e considera não apenas a renda per capita, mas também variáveis ligadas à saúde (esperança de vida), à educação (índice de analfabetismo e taxas de matrícula). De acordo Com o valor alcançado por seu IDH, os países são classificados como de baixo desenvolvimento (IDH menor que 0,5), de médio desenvolvimento (IDH entre 0,5 e 0,8) e alto desenvolvimento (IDH maior do que 0,8).

Conforme a figura ao lado, e para que haja IDH é importante que economicamente o país cresça, este crescimento seja reflectido nos diferentes segmentos e gere renda. Para o caso de Angola, o Banco Mundial pressupõe que a economia de Angola cresça ligeiramente para 2,8% em 2023.

Decorridos mais de 5 anos, Angola reconhecerá ter saído da recessão económica já no ano passado, período em que factores exógenos influenciaram negativamente as finanças do país, entre as causas da desaceleração da economia, destacam-se a elevada taxa de câmbio, redução do preço do barril do petróleo e a pandemia da Covid-19, período em que houve um decréscimo na taxa de crescimento do Produto Interno Bruto. Apesar de retornarmos ao crescimento económico, as causas acima descritas deixaram um buraco profundo na economia em geral e, particularmente, na vivida de cada um, assim, serão preciso mais 5 anos, mantendo a taxa de crescimento para que seja visível o seu impacto.

As projecções são boas, na medida em que Angola perspectiva para 2023-2027 um crescimento de 3,6%. Paralelamente a este fenómeno Angola tem uma população a crescer cerca de 3% ao ano, razão fundamental para que a economia continue a crescer e, se possível, além da taxa de crescimento populacional, para mitigar questões de deficit no desemprego, produção e consumo e, sobretudo, os serviços públicos não corresponderem à demanda.

No geral, precisa-se que a economia cresça mais que o crescimento populacional, que haja crescimento interrupto por pelo menos 5 anos, sendo necessário consolidar os seguintes elementos:

¦ Investimento no sector primário;

¦ Investimento nas vias de acesso, primárias e secundárias;

¦ Subvenção e apoio aos produtos de melhoramento do solo;

¦ Parceria externa para comércio internacional dos produtos internos;

¦ Parceria no sector agrícola com produtores africanos;

¦ Extensão da corrente eléctrica nas zonas agrícolas;

¦ Estabilidade da taxa de câmbio;

¦ Controlo da inflação;

¦ Reforma profunda no sector da justiça;

¦ Combate frequente à impunidade e à corrupção.

Os elementos evidenciados, promoverão a curto prazo o bem-estar, a segurança, justiça social, liberdade, protecção do ambiente de negócios, saneamento básico, infraestruturas e progresso social, que a longo prazo se convertem em longevidade, educação e saúde de qualidade e distribuição per capita do rendimento nacional, pressupostos para o crescimento para alcance do Índice de Desenvolvimento Humano "alto" em Angola.