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Angola

Confiança dos gestores e empresários caiu depois das eleições gerais

Indíce INE - III trimestre

O turismo foi o que registou o maior número de empresários com incertezas sobre a evolução da economia no curto prazo. Já o sector da construção continua a ser o mais pessimista. A deterioração das vendas, a falta de financiamentos, juros altos e a falta de crédito bancário influenciaram a actividade das empresas.

A confiança dos empresários e gestores caiu depois das eleições gerais de Agosto último, revelam os números do INE sobre as perspectivas de evolução da economia angolana entre Julho e Setembro. No terceiro trimestre de 2022 o indicador sobre o Clima Económico (ICE) recuou depois de quase dois anos de recuperação, ou seja, é o primeiro recuo desde o quarto trimestre de 2020, quando o indicador começou a subir, lê-se no inquérito de conjuntura económica às empresas do Instituto Nacional de Estatística relativo a este período.

O ICE que avalia as expectativas dos empresários sobre a evolução da economia no curto prazo, caiu quatro pontos de 10 pontos positivos no segundo trimestre de 2022 para 6 pontos positivos no IIl trimestre, o valor mais baixo registado em sete trimestres consecutivos.

A queda do ICE é justificada com a tenção criada no período pós-eleitoral com a UNITA a contestar os resultados, levando muitos empresários e gestores a temerem por alguma convulsão social, situação que os levou a abandonar o País. Fontes do Expansão adiantaram que há empresários que chegaram a sair de Angola, e outros que adiaram ou suspenderam os seus investimentos. "A tensão gerada antes e depois das eleições pôs em fuga muitos investidores.

A situação política influenciou o clima económico que se vivia desde o IV trimestre de 2020, quando os apoios financeiros do Estado começaram a dar resultados e as empresas começaram a recuperar as suas actividades", disse a fonte, tendo lembrado que para o último trimestre deste ano a realidade poderá inverter-se, porque a vida económica já voltou ao normal e os apoios financeiros do Estado foram retomados.

A crise pós-eleitoral afectou mais a confiança dos empresários da indústria transformadora, transportes, indústria extractiva no seu todo, turismo e comunicação, os quatro sectores que registaram quebras nas suas expectativas, enquanto o comércio estabilizou e a confiança dos empresários da construção aumentou, embora este ainda esteja em terreno negativo.

A insuficiência da procura e a falta de materiais, foram os principais constrangimentos no sector apontados pelos empresários. De acordo com o inquérito, o nível elevado da taxa de juros, as dificuldades na obtenção de crédito bancário e a deterioração das perspectivas de venda também influenciaram negativamente as actividades das empresas do sector da construção durante o período em análise.

A confiança no sector da construção está em terreno negativo há 11 anos, ou seja, desde o Ill trimestre de 2012 que o moral das empresas que estão a construir o País permanece em baixa, tendo atingido um mínimo histórico de menos 74 pontos no final de 2015. Os 6 pontos negativos registados entre Julho e Setembro correspondem ao saldo das respostas extremas, diferença entre as avaliações positivas e negativas dos empresários sobre as perspectivas de evolução da economia angolana no curto prazo. Ou seja, a percentagem de empresários que tem perspectivas negativas sobre a evolução da economia angolana no curto prazo excede em 6 pontos percentuais a percentagem dos que têm perspectivas positivas.

(Leia o artigo integral na edição 704 do Expansão, de sexta-feira, dia 09 de Dezembro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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