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Empresas & Mercados

Yields da dívida ainda altas, mas descem para 10,515%

DEPOIS DE ANÚNCIO DE EMISSÃO DE EUROBONDS ESTE ANO

Uma semana após a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, ter anunciado que Angola deverá retornar este ano aos mercados internacionais com a emissão de 1.000 milhões USD em eurobonds, as yields da dívida angolana mantiveram a tendência de descida verificada uma semana antes.

Ainda assim, a taxa de juro a que os investidores estariam dispostos a financiar o Estado era esta semana de 10,515% (contra os 10,523% da semana passada), muito elevados, por exemplo, face ao que Angola paga pelos empréstimos às instituições multilaterais, como o FMI ou o Banco Mundial. Mas, caso o preço do petróleo continue a subir nos próximos tempos, a tendência das yields será baixar, sinalizando uma descida do risco de incumprimento.

De acordo com dados da Bloomberg, as yields angolanas eram esta semana as quintas mais altas das eurobonds africanas, atrás da Etiópia (75,539%), da Zâmbia (31,242%), do Gana (14,733%) e da RDC (13,157%), estando acima dos mínimos de 9,394% e abaixo dos máximos de 14,209% verificados no ano passado. Logo abaixo estão a Nigéria (10,275%), Gabão (10,153%) e Senegal (9,686%).

Caso o Governo decida avançar para a emissão de eurobonds no valor anunciado pela ministra das Finanças, os detentores dos títulos de dívida pública em moeda estrangeira passarão a ser, juntamente com o China Development Bank (a quem Angola deve 10,1 mil milhões USD), os maiores credores individuais do País. Vera Daves de Sousa justificou esta possibilidade com o recente aumento dos preços do petróleo, realidade que pode ajudar a reduzir os custos dos financiamentos a Angola. Caso o preço do petróleo continue a subir, a tendência das yields será baixar, sinalizando uma descida do risco de incumprimento. "Esperamos que isso nos ajude a ter acesso ao mercado a um melhor custo", disse Vera Daves de Sousa à Reuters.

Depois de ter sido adiada o ano passado devido à alta de juros, o que tornaria incomportável para a sustentabilidade da dívida, a confirmar-se a emissão este ano será a 5ª vez que Angola recorre aos Eurobonds desde 2015, com um total de 9,1 mil milhões USD. De lá para cá, as taxas de cupão variaram entre os 8,000% e os 9,500%.