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Opinião

Banco Económico

Editorial

O tema é delicado e pode sempre criar algum alarme social, mas o Expansão quer chamar a atenção que o BNA precisa de avançar com uma solução, de forma célere, porque "esconder" a situação do banco é sempre pior. Aliás, refira-se que isso também é a opinião de todos os que falaram connosco nas últimas duas semanas, embora pelo melindre que possa causar, todos nos pediram para não ser citados, apesar de nos terem entregue documentação valiosa sobra a actividade do banco nestes últimos 12 anos, que serão alvo de tratamento jornalístico nas próximas semanas.

O Banco Económico chegou ao fim da linha no formato que conhecemos actualmente. Sem liquidez, com um enorme volume de crédito por recuperar e sem a certeza que o vai fazer, saltando de solução em solução, todas temporárias e sem se atacar a raiz do problema, caiu agora no colo do BNA, que andou mais de uma década a fingir que não via o que estava a acontecer. Mais grave, nunca ninguém foi responsabilizado criminalmente nesta história, apesar das muitas evidências que houve de gestão fraudulenta, como diz um relatório a que o Expansão teve acesso, e de muitos dos beneficiários dos créditos que não foram pagos, terem evidentes sinais de riqueza. Aliás, a instituição é responsável pelo enriquecimento de centenas de cidadãos. Muitos já não estão no País, mas outros ainda circulam nos corredores do poder e da economia.

O plano de resolução que o BNA vai ter que apresentar, independentemente do desfecho final da instituição, vai ser um teste à vontade que o banco central, que hoje é formalmente uma entidade administrativa independente, tem em resolver a questão de fundo de todo este processo. Acrescentar que a quase totalidade das transacções que foram feitas pela instituição eram em moeda estrangeira, o que com a desvalorização do kwanza, apertou mais o nó da sobrevivência da instituição.

É importante também não cair em alarmismos desnecessários porque o banco não vai fechar nos próximos meses, existem outras soluções, e basta olhar para Portugal onde o Novo Banco substituiu o BES e hoje apresenta resultados positivos. Depois, porque também há mecanismos legais que defendem os depositantes nestes casos em que é necessário que o banco central avance com um plano de resolução. De acordo com aquilo que for a real situação do Banco Económico e o entendimento do BNA, este passo pode também significar a sobrevivência da instituição, pois todos estão de acordo que a situação actual não se podia manter por muito mais tempo, e a cada dia que passa, nas actuais condições, será mais difícil ter "cura".

O tema é delicado e pode sempre criar algum alarme social, mas o Expansão quer chamar a atenção que o BNA precisa de avançar com uma solução, de forma célere, porque "esconder" a situação do banco é sempre pior. Aliás, refira-se que isso também é a opinião de todos os que falaram connosco nas últimas duas semanas, embora pelo melindre que possa causar, todos nos pediram para não ser citados, apesar de nos terem entregue documentação valiosa sobra a actividade do banco nestes últimos 12 anos, que serão alvo de tratamento jornalístico nas próximas semanas.

O processo é muito mais complicado do que parece numa primeira leitura, envolve muita gente, demasiados interesses e várias posturas questionáveis. Mas com a evolução natural do País em termos de transparência, é também o momento de ir desembrulhando estes "pacotes" complicados.

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