Após dois adiantamentos, 1.727 candidatos realizam até sexta-feira, dia 11, o exame nacional de admissão à Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola (OCPCA), cujas provas decorrem, em simultâneo, em quatro países. Além de Angola, onde decorrem exames em cinco províncias (Benguela, Cabinda, Huambo, Huíla e Luanda), há candidatos a realizar provas em Portugal (20), na África do Sul (3) e nas ilhas Maurícias (1), como revelou ao Expansão Cristina Silvestre, presidente do Conselho Directivo da OCPCA.

Como as provas são feitas online, sem interferência humana, o que descarta situações de fraude, a direcção da ordem permitiu que candidatos "apanhados" fora do país, a grande parte em formação, pudessem realizar aí os exames. "No caso dos candidatos que estão em Portugal, havia pessoas que tinham vindo a Angola para fazer exame, mas como foram adiados duas vezes, entendemos que não os devíamos sujeitar a mais despesas com nova deslocação. Entrámos então em contacto com a Ordem dos Contabilistas de Portugal, que nos cedeu salas gratuitamente", explicou Cristina Silvestre.

A realização dos exames electronicamente exigiu grande esforço logístico, porque é necessário um computador por candidato nos cinco dias das provas, que arrancaram esta segunda- -feira, dia 7. Além da Academia da OCPCA, que foi dotada com 150 novos computadores, pagos a prestações, após um investimento de 25 milhões Kz em obras de reabilitação do edifício, financiado por um empréstimo bancário, a ordem teve de alugar salas no ENAPP e na Universidade Independente. Isto no caso de Luanda, onde se concentra a maioria dos estagiários.

Só passa quem tiver nota igual ou superior a 10 nos 7 módulos. Os candidatos com 8 ficam aptos para a prova oral. Os restantes podem pedir revisão das provas. O processo deverá ficar concluído, com a publicação dos candidatos aprovados até ao final do mês de Abril.

Este é o primeiro exame nacional de admissão que a OCPCA realiza, desde 2022, quando a ordem entrou numa situação de quase paralisia após o relatório de uma sindicância propor a perda de mandato do presidente e do vice-presidente da anterior direcção, respectivamente, Manuel Ribeiro e Alberto Seixas, por usurpação de poderes e improbidade pública. Foi ainda instaurado um processo judicial para devolução de salários recebidos irregularmente.

A OCPCA tem 5.559 contabilistas e peritos contabilistas e 10.541 estagiários inscritos.