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Angola

Financiamento chinês para desbloquear refinaria do Lobito

VEM AÍ UM NOVO CRÉDITO DO PAÍS ASIÁTICO

Mapa mundo aterrou no Lobito. A concepção da engenharia da Refinaria do Lobito foi feita pela empresa americana KBR em 2021. Já a chinesa CNCEC assume a construção, ao passo que a angolana DAR, de origem libanesa, será a responsável pela prestação de serviços de consultoria e de fiscalização.

A Sonangol vai assumir, pelo menos na fase inicial, todo o investimento necessário para o arranque dos trabalhos de construção da Refinaria do Lobito, com financiamento chinês, enquanto procura parceiros para a estrutura accionista do empreendimento, disse ao Expansão o director do projecto.

Guiomar Correia sublinhou que se trata de um financiamento proveniente de instituições financeiras chinesas, entre bancos e outras entidades, "com condições de reembolso favoráveis", não tendo como garantia o petróleo, sendo que o início das obras está aprazado para Dezembro.

O gestor refere ainda que a Sonangol está, nesta altura, em negociações com vários parceiros nacionais e internacionais para fazerem parte do projecto e, à medida que forem entrando, vão sendo definidas as percentagens para cada investidor. "Não há um número definido de parceiros. Mas é bom deixar claro que a Sonangol pretende ser o accionista maioritário da refinaria", disse Guiomar Correia.

Para serem eleitas parceiras, Guiomar Correia sublinhou que os interessados devem apenas demonstrar capacidade a fim de passarem pelo sistema de filtragem e due dilligence da Sonangol.

O contrato de 6.000 milhões USD para a construção da infra- -estrutura foi assinado, na semana finda, entre a Sonangol e a China National Chemical Engineering (CNCEC). Entretanto, uma fonte da empresa, adiantou ao Expansão que a petrolífera não tem condições para suportar sozinha o pagamento de um financiamento desta nomeada, até porque tem sido descapitalizada ano após ano com a subsidiação aos combustíveis. Ou seja, a relação com o accionista Estado tem prejudicado o desempenho financeiro da empresa.

A obra foi projectada numa área de 150 hectares e foi concebida para produzir 200 mil barris de petróleo/dia, cuja fase de preparação decorreu entre 2012 e 2016, e uma optimização no período entre 2018 e 2021. As obras chegaram a arrancar, mas acabaram por ser suspensas em 2016 numa altura em que a petrolífera era presidida por Isabel dos Santos. Segundo avançou o Expansão na altura, a 23 de Setembro de 2016, essa suspensão surgiu quatro dias após se saber que os empreiteiros tinham paralisado as obras que, até à data, já tinham custado cerca de 1.000 milhões USD.

Agora, nesta nova fase da refinaria, a engenharia do projecto foi feita pela empresa norte- -americana KBR, em 2021, que vai também assumir a supervisão dos trabalhos de construção.

Já a empresa chinesa participou do concurso público (que foi encerrado sem resultados práticos) internacional para o investimento na refinaria, também lançado em 2021 na cidade portuária do Lobito e, mesmo não tendo vencido, acabou por ter sido escolhida para a execução da obra. Guiomar Correia justificou a acção pelo facto de a CNCEC ser a empresa que apresentou disponibilidade e maior capacidade de mobilização de financiamento.

Entre os potenciais investidores da região, destaca-se a Zâmbia e os seus empresários e grupos económicos, que pretendem explorar as potencialidades do Corredor do Lobito, e que pretendem negociar uma participação de 15%. Foi igualmente anunciado recentemente que a Namíbia estava interessada em fazer parte da estrutura accionista da refinaria

A hipótese de a Namíbia participar na construção e nas operações da infra-estrutura surge numa altura em que o país está prestes a tornar-se um produtor de petróleo, após as companhias Qatar Energy, Total e Shell terem descoberto reservas de crude ao largo da costa. Inicialmente concebido com um montante global de 12 mil milhões USD, o projecto de construção da Refinaria do Lobito teve uma redução do investimento na ordem dos 50%, e deverá ser executado em 40 meses, até 2027.

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