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Opinião

Inovação da oferta bancária e efeito na economia

EM ANÁLISE

Se associamos "tecnologia" a "inovação", existe outro tipo de inovação que pode suportar o sector no desempenho do seu papel de catalisador da actividade económica. A integração de competências sectoriais e parcerias com entidades que participam nas cadeias de valor são dois factores que potenciam a actuação dos bancos.

É exigido às instituições financeiras, em particular aos bancos, que tenham um papel de relevo no apoio ao desenvolvimento económico do País, em temas como o contributo para a diversificação da economia, bancarização, literacia financeira e literacia digital. Ninguém discorda.

Mas deve esse contributo ser mais aprofundado, entrando em áreas como a colaboração para a inovação, para a criação de ecossistemas empresariais e de startups/fintechs e até na promoção do apoio à gestão financeira de empresas?

O ritmo da evolução tecnológica constitui uma oportunidade de acelerar o crescimento económico e "saltar" vários passos no caminho tradicional de consolidação da actividade bancária. São exemplos disso o open banking (permitindo integrar informação financeira de cliente e alavancar serviços de BaaS - a Banca como um serviço), a introdução de produtos e serviços inovadores e adequados às necessidades de empresas e famílias e a aplicação de Generative AI no aconselhamento financeiro.

Que oportunidades?

Que tipo de oportunidades existem então que constituam um reforço do papel das instituições bancárias, não apenas como intermediários financeiros, mas também como catalisadores de crescimento e da diversificação da economia?

01. GESTÃO DE TESOURARIA Uma das vertentes que seguramente poderá causar um impacto mais significativo está relacionado com o apoio dos bancos à gestão de tesouraria de empresas, sejam elas de maior dimensão ou PMEs. Existem já vários casos de uso internacionais de sistemas e serviços prestados por bancos no apoio à automatização da gestão de fundo de maneio, permitindo às empresas maior eficiência financeira e poupando custos.

De facto, a potencial consolidação dos movimentos financeiros via open banking e a aplicação de tecnologia preditiva coloca as instituições bancárias numa posição privilegiada de transformar os seus produtos ad-hoc num serviço integrado que permita aos seus clientes prever necessidades de liquidez e optimizar investimentos de curto e médio prazo.

Também as recentes evoluções de aproximação ao real-time nos pagamentos serão um grande contributo para estes novos serviços, assim como a potencial introdução de contas virtuais que permitem às empresas maior simplicidade, eficiência e segurança na sua gestão de tesouraria, melhorando ainda o respectivo reporte financeiro e os seus processos de reconciliação.

02. SERVIÇOS COMPLEMENTARES A proximidade das instituições bancárias aos seus clientes representa igualmente uma oportunidade de introduzir uma série de serviços complementares que agreguem valor. Serviços como assessoria financeira personalizada, soluções de gestão contabilística e fiscal e soluções integradas com complementaridade com produtos de seguros são apenas alguns exemplos.

No âmbito da assessoria financeira, proliferam já modelos alavancados em inteligência artificial a ser aplicada ao perfil de investimento e transaccional de clientes bancários por forma a indicar opções ou alternativas de investimento a clientes particulares e empresas. É comum nestes modelos de negócio a parceria com fintechs especializadas no tema.

A prestação de serviços de preparação da informação de pagamentos e transaccionalidade para integração nos sistemas contabilísticos das empresas aparecem já no catálogo de produtos e serviços dos bancos. Começam igualmente a aparecer modelos de negócio de serviços one stop shop de gestão financeira e fiscal (em particular para PMEs) consolidando numa plataforma única temas como facturação, cumprimento fiscal e análise da performance financeira da entidade.

As soluções integradas/ bundling (soluções que agregam um conjunto de produtos e serviços com o pagamento de uma comissão mensal) são já comuns. No entanto, o seu desenvolvimento para abarcar outro tipo de factores da vida financeira dos clientes será uma tendência. A título de exemplo, a inclusão de serviços não financeiros (através de parcerias) como serviços de streaming ou entretimento, ou de integração em sistemas de loyalty são tendências claras.

Leia o artigo integral na edição 785 do Expansão, de sexta-feira, dia 19 de Julho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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