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Recapitalização do BPC já custou 1,4 biliões Kz aos contribuintes

Mais de 100 mil milhões de kwanzas injectados

Com a penúltima injecção de capital, ao abrigo do Plano de Reestruturação, o Estado entregou ao banco 100 mil milhões Kz em obrigações do tesouro. No final do plano, cofres públicos terão gasto 1,5 biliões Kz para salvar o BPC

Os gastos públicos com o processo de recapitalização e reestruturação do Banco de Poupança e Crédito (BPC) subiram para 1,4 biliões Kz depois da entrega de 100 mil milhões Kz em títulos de tesouro autorizada na semana passada pela ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa.

Esta injecção de capital estava já prevista no programa de reestruturação daquele que é o maior banco público do sistema financeiro nacional e trata-se da penúltima operação em que o Estado injecta dinheiro no banco no âmbito deste programa.

Contas feitas, até ficar concluído, em 2023, "salvar" o BPC terá custado 1,5 biliões Kz aos bolsos dos contribuintes, entre recapitalizações e compra de crédito malparado por via da Recredit. A "maka" é que a maior parte da recapitalização foi feita através de títulos de dívida pública, o que se tornou um problema a partir do momento em que, em 2020, a República de Angola viu as empresas de classificação de risco baixar o rating da dívida soberana angolana.

Se já não bastava a crise do malparado ter afectado fortemente as contas do BPC em 2020, este downgrade foi mais uma "machadada" no trabalho de recuperação do banco, pois já se sabia que teria de reconhecer imparidades na ordem dos 330 mil milhões Kz devido à fraca qualidade dos seus activos, a queda do rating obrigou a reconhecer imparidades sobre os títulos públicos na ordem dos 168 mil milhões Kz. Contas feitas, o banco liderado por André Lopes obteve prejuízos históricos de 524,9 mil milhões Kz em 2020, superando os 61,5 mil milhões em resultados líquidos negativos previstos no Plano de Reestruturação.

(Leia o artigo integral na edição 647 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Outubro 2021, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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