Intermediação financeira no mercado de capitais - desafios
As SDVMs/SCVMs, em particular pós-privatizações, serão desafiadas a criar produtos inovadores e condições para estimular novas emissões corporativas (designadamente em termos de custo e oportunidade, quando comparado com o recuso ao crédito tradicional), o que poderá ocasionar movimentos de consolidação.
A principal função da intermediação financeira é mediar, de forma segura e eficiente, o encontro entre a oferta de recursos financeiros excedentários de indivíduos e empresas e a procura por agentes económicos deficitários. Como tem sido demonstrado em vários estudos e pode ser observado empiricamente, este processo de mobilização de poupanças e alocação de recursos para o investimento e consumo potencia o crescimento económico de forma decisiva com impacto positivo sobre a taxa de crescimento do PIB per capita.
Em Angola, apesar de o sistema financeiro ser essencialmente baseado no sector bancário (bank-based), nos últimos dois anos assistiu-se a um desenvolvimento assinalável do mercado de capitais existindo o compromisso sério do Estado Angolano na dinamização do financiamento da economia por essa via. Exemplo disso, para além das tradicionais emissões de obrigações do tesouro, é a implementação do programa de privatizações, também através de operações em bolsa, que, tendo alcançado sucesso, lançou as bases da confiança no mercado de capitais e nos seus agentes.
Entre os agentes que desempenham um papel central no desenvolvimento e eficiente funcionamento e salvaguarda do mercado de capitais encontram-se os agentes de intermediação ligados ao mercado de capitais. Sem agentes de intermediação, um investidor (em particular, um investidor não institucional) não conseguiria, pelo menos a um custo razoável, reunir a informação necessária sobre as características dos activos disponíveis e comportamento dos mesmos no mercado para fundar a sua decisão de investimento.
De facto, a protecção conferida aos investidores pela intervenção destes operadores assume a maior importância por, entre outras, assegurar a realização de investimentos informados quanto ao risco do activo a investir (em função do perfil do cliente) viabilizando, desta forma, uma maior segurança e racionalidade na tomada de decisão de investimento. Isto, em mercados maduros, numa base diversificada e com expectativa de uma rentabilidade e liquidez atraente em termos comparativos a outros produtos bancários, como sejam os depósitos a prazo.
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