A eliminação total dos subsídios estatais aos combustíveis, seja em 2025 ou em 2026, agravará os preços no País, em média, em 5,2%, de acordo com um estudo do Banco Mundial a que o Expansão teve acesso, que defende um pacote de compensações à economia até 30,2% sobre o total das poupanças obtidas com essa medida. Transportes e pescas serão os mais afectados, com aumentos dos preços na ordem dos 20,0%.

Numa altura em que a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, anunciou que o processo de retirada da subsidiação estatal aos combustíveis vai continuar em 2025, como está explicito também na proposta de Orçamento Geral do Estado para 2025 (num cenário que deverá ser alargado à electricidade e água), surge um estudo do Banco Mundial, datado de Outubro, onde a instituição traça três cenários que simulam choques de custos e preços e poupanças fiscais inerentes à reforma aos combustíveis.

A instituição multilateral, que é o quarto maior credor angolano (apenas atrás dos investidores dos eurobonds, dos bancos chineses e do FMI) admite que a eliminação poderá "ter efeitos devastadores" porque os combustíveis são um input fundamental para a actividade económica e o agravamento dos preços altera a estrutura de custos das empresas, tendo impacto no emprego, na competitividade e no bem-estar das famílias. Ainda assim, defende que este passo terá de ser dado para garantir a sustentabilidade orçamental e para evitar que afectem negativamente as despesas que promovem o crescimento económico. Até porque se trata de subsídios mal direccionados, que beneficiam mais os ricos do que os pobres.

Leia o artigo integral na edição 802 do Expansão, de sexta-feira, dia 15 de Novembro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)