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COLUA TREMURA, HUMORISTA

O artista aborda a carreira artística, os seus objectivos na arte e a visão que tem sobre o País. "Quero ser um dos revolucionários do stand-up comedy", assume o humorista, que aproveita a ocasião para deixar o seu parecer sobre como melhorar a vida dos angolanos.

Como é que entrou para o humor?

Entrei para o humor de forma acidental. Tudo começou em 2014, quando fui convidado a assistir a um ensaio de teatro de uma das festas da faculdade de medicina da Universidade Agostinho Neto, onde eu estudava. O grupo de teatro estava a ensaiar e eu nos bastidores estava a falar coisas engraçadas que estavam a distrair o ensaio. O director do grupo chamou-me desafiou-me a fazer em palco tudo o que eu estava a fazer na conversa com os colegas. Foi daí onde entrei no grupo de teatro da faculdade, mas no terceiro ano os colegas realizaram um show para mim na faculdade onde mostrei o meu talento. Depois só foi continuar a fazer.

Que outros passos teve que dar para galvanizar a sua carreira?

Depois comecei a ficar mais interessado nisto. Comecei a ver mais conteúdos na internet, a ver o Goz"Aqui, do Tiago Costa e outros humoristas nacionais. Depois comecei a participar em concursos. O primeiro foi no "Tropa dos Tunezas" onde passei e tive o prazer de ir a Portugal. Quando regressei, depois de um tempo, por impulso de um colega, comecei a postar o meu trabalho nas redes sociais para promover aquilo que fazia.

Como é que começou a colaborar com o projecto Goz"Aqui?

Fui ao casting, mas no primeiro que fiz o Tiago Costa reprovou- -me. Alegava que eu estava nervoso e tremia muito. Um tempo depois, o Ladilson (humorista) foi na faculdade ver uma apresentação minha e gostou. Convidou- -me para o programa "Na Grelha", ele depois foi falar com o Tiago Costa e num dia foi igualmente ver a minha apresentação na universidade e também gostou e me selecionou para o Goz"Aqui.

De onde vem o nome Cólua "Tremura"?

Colua é nome de registo, é nome de família. Tremura é mesmo porque eu tremo. Juntei este nome para evitar explicar a toda hora para as pessoas que eu tremo e já só mesmo assim.

Quais são os seus objectivos no humor?

Tornar-me uma referência nacional e internacional. Quero ser um dos revolucionários do stand up comedy.

Os níveis de visibilidade que atingiu ainda não lhe dão o conforto de que está próximo de atingir estes objectivos?

Não. Ainda tenho um caminho a percorrer. Nem sequer estou entre os três melhores humoristas de referência em Angola.

Para si quem são as três melhores referências de Angola?

Calado Show, Gilmário Vemba e os Tunezas. Então a ideia é trabalhar para entrar neste top. Mas prometo que daqui a poucos anos posso atingir estes níveis.

É considerado um dos melhores humoristas da nova geração, mas não o vejo a fazer shows noutras províncias do País. O que se passa?

São vários factores. Não aceito muitos destes convites por causa do meu trabalho fora das artes. Sou médico de profissão e isto me limita um pouco. Depois são as ofertas dos promotores destes eventos, que não compensam os custos pela deslocação porque a viagem de carro é bastante cansativa. Por exemplo, já fiz uma viagem de Luanda ao Lubango que foi muito pesada e espero não voltar a fazer tão cedo. Por último, há mesmo eventos que não me interessam estar lá porque acho que não acrescentam nada para a minha carreira.

As redes sociais são um meio que encontrou simplesmente para expandir o seu trabalho ou está mesmo a seguir uma carreira como influenciador digital?

Não, eu não sou influenciador digital. Eu sou um humorista que produz conteúdo nas redes sociais. Penso que é assim que acontece com muitos artistas, começam a produzir conteúdos nas redes sociais e se tiverem muita audiência tornam-se infuencers digitais. No meu caso, abri mesmo as minhas redes sociais no intuito de expandir o meu trabalho como humorista.

Já ganha dinheiro com as suas páginas nas redes sociais?

Directamente, não. Infelizmente em Angola as redes sociais ainda não monetizam. Mas ganho de forma secundária - se alguém, como parceiro, quiser publicitar nas minhas páginas, aí sim, negociamos. O meu canal do youtube já era monetizado mas depois fiz algumas coisas e deixou de monetizar.

Tem uma equipa de produção dos seus conteúdos?

Depende do que quero produzir. Há coisas que faço sozinho, noutras preciso de uma equipa. Noutros casos trabalho com outros colegas, como o Bondoso e o Ladilson. Mas há organizações que nos pedem apenas o roteiro e nós gravamos vídeos engraçados para elas. Quando isto acontece são elas que organizam o material ou contratam uma equipa.

Leia o artigo integral na edição 796 do Expansão, de sexta-feira, dia 04 de Outubro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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